segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O QUINTAL DA MINHA CASA

O QUINTAL DA MINHA CASA

Do quintal da minha casa eu vejo o mundo passar, a minha cidade se modificar, crescer. Aqui é o meu local preferido da casa desde criança. Isso porque um muro alto de uma das principais ruas da cidade. Daqui eu vejo toda a cidade em um só olhar.

Quando chega a noite o quintal passa a ser o point de encontro da família, aqui discutimos sobre tudo e observamos a cidade. Todos os dias ela está diferente, seja em uma luzinha a mais ou a menos. Ficamos horas falando da vida alheia e olhando a cidade, é como se o tempo parasse. Mas é no período da festa de Santo Antônio que tudo muda de verdade, até o clima da cidade muda. Fica mais frio e o vento de dia traz a todo instante o som dos pífanos e a noite as músicas regionais tocadas no parque. O colorido das bandeirinhas colocadas em zig-zag entre os postes e as casas reflete daqui do alto a impressão de uma grande árvore de natal em pleno São João. É lindo!

Nos dias de festa com banda nacional um fila de carros se forma entre as estradas que ligam a minha cidade a outras vizinhas, as plantações de cana de açúcar se iluminam em meio a tanto tumulto. A cidade que já é pequena fica ainda menor. Daqui do quintal é possível contar os carros e até conhecer gente nova de tanto que eles param congestionados.

Moro aqui em Barbalha e nesta casa desde que nasci, e percebo, seja andando a rua, seja do quintal que a minha cidade cresceu para melhorar. Eu vi a rua de terra vermelha ficar asfaltada, o comércio fluir e a saúde ser referência no cariri. Mas, uma coisa nunca mudou, sempre existiu: o orgulho que as pessoas daqui têm de dizer que são da terra do pau da bandeira, do santo casamenteiro. Esse ufanismo, assim como a cultura local, aqui é passada de pai para filho ainda com a mesma alegria que o poeta cantou.

Rafaelly Carneiro

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